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Arquitetos: Studio Odile Decq
- Área: 1100 m²
- Ano: 2011
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Fotografias:Odile Decq - Roland Halbe
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Fabricantes: Cricursa
Descrição enviada pela equipe de projeto. Como um "fantasma", silencioso e insidioso, as curvas suaves do mezanino flutuam acima dos clientes do restaurante, cobrindo o espaço com uma superfície que se dobra e ondula.
Atrás das colunas da fachada leste da Opera Garnier, o restaurante está localizado em um lugar onde as carruagens puxadas por cavalos desembarcavam as pessoas que iam assistir aos espetáculos, na época em que o edifício foi inaugurado.
A criação de um novo espaço na Opera Garnier significava seguir diretrizes estritas de acordo com o caráter histórico do monumento. Para assegurar a possibilidade de executar o projeto sem causar danos à estrutura existente, não obtivemos autorização para tocar em qualquer uma das paredes, pilares ou o teto.
A fachada do restaurante é um véu de vidro ondulando, deslizando entre cada pilar. Com nenhuma estrutura visível, o vidro se apóia por uma única tira de aço dobrada, correndo ao longo da curva arqueada do teto. Esta tira de aço é fixada nas cornijas superiores das colunas, a seis metros de altura, com bielas de aço inoxidável. O vidro parece flutuar, como mágica. Assim, a fachada permite uma visão clara com um mínimo de impacto no edifício existente.
O restaurante possui espaço para acomodar 90 pessoas e isso foi outro requisito para este espaço limitado. O mezanino foi criado como uma superfície contínua. As colunas estreitas se estendem para cima na direção do teto de gesso moldado, que se curva para formar as arestas do corrimão do guarda-corpo. Esta estrutura flutua entre os elementos existentes sem tocá-los e também permite uma visão clara com pouco impacto.
Calmamente, as curvas saem do mezanino e cobrem o espaço com um volume de arcos que ondula e flutua sobre os convidados. O espaço é aberto e voltado para o exterior.
A pedra da cúpula existente continua a ser visível a partir do térreo e fica bem próxima do mezanino. Ao sentar perto destes arcos de pedra do teto, a simetria da cúpula não fica mais aparente, os pontos de referência mudam e o senso de percepção do espaço é alterado. Os tons de vermelho, quentes, torna o espaço superior mais íntimo e privado.
O carpete vermelho desce os degraus da escadaria principal e se espalha para o centro do piso preto abaixo até chegar na borda da fachada.
No fundo do salão, na área mais próxima à entrada da Opera, o espaço torna-se mais protegido e privado, contrastando com a cor branca do resto do ambiente.
Este projeto foi pensado para criar um espaço que irá destacar o restaurante dentro da Opera Garnier, sem imitar o monumento existente, mas respeitando-o ao afirmar o seu caráter verdadeiramente contemporâneo.